Com a finalidade de resistir à tentativa de golpe contra o mandato da presidente Dilma Rousseff, políticos e sindicalistas da região organizam mobilizações a favor da democracia
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Rafael Marques, reuniu várias lideranças políticas e sindicais das sete cidades do ABCD para discutir o atual cenário político após a aceitação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), e organizar atos em defesa da democracia e contra o golpe da direita.
A atividade aconteceu na manhã desta terça-feira (8) na sede do SMABC e contou com a presença dos prefeitos Carlos Grana (PT) e Luiz Marinho (PT) – de Santo André e São Bernardo do Campo, respectivamente; dos deputados estaduais Ana do Carmo (PT) e Luiz Turco (PT); além de vereadores das sete cidades, lideranças políticas e dirigentes sindicais de diversas categorias.
Rafael Marques iniciou o evento comentando a importância do ato realizado um dia antes com a presença do eterno presidente Lula no Sindicato dos Engenheiros e afirmou que “os militantes políticos de esquerda precisam de muita unidade para vencer os desafios que se apresentam na atual conjuntura política”.
“Agora é hora da gente fechar um entendimento e um conjunto de ações que consigam instituir mobilizações de massa, nas ruas, para mostrar força e representatividade”, declarou.
Em seguida, Rafael falou sobre a importância do ABCD estar bem representado no ato pró-democracia que será realizado no próximo dia 16 (quarta-feira) na avenida Paulista, mas ressaltou que “também deverão ser realizadas manifestações nas sete cidades”.
“Além do ato central, na avenida Paulista, também devemos nos mobilizar para fazermos atos regionais. Não é hora de fazer nenhum balanço, nenhuma crítica. Agora é o momento de reflexão e unidade”, declarou o presidente do SMABC.
O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, agradeceu a presença de cada liderança presente na reunião e começou sua fala abordando o conturbado momento da política nacional. Ele afirmou que, apesar das dificuldades, “neste momento estão abertas as oportunidades para que se façam as intervenções necessárias”.
Marinho também comentou o fato de Cunha aceitar o pedido de impeachment da presidente Dilma. Em sua opinião, “essa situação facilita o diálogo da esquerda com os setores mais populares da sociedade”.
“O que esta em jogo não é o puro e simples impeachment da presidente Dilma... O que esta em jogo é muito mais do que isso. O que esta em jogo é o projeto em que os mais pobres passaram a ser olhados pelos governantes. Os que querem tirar a Dilma são aqueles que querem voltar com esse modo de governar”, disse.
Em sua conclusão, Marinho afirmou que “as lideranças políticas e sindicais têm a responsabilidade de defender o processo democrático”.
“É pelo voto que nós estamos transformando a cidade de São Bernardo do Campo. É pelo voto também que mudamos a realidade de Santo André. E nós temos que respeitar os votos dos brasileiros. Portanto, respeitamos todas as decisões, inclusive no estado de São Paulo. Por que os derrotados na última eleição insistem em procurar um atalho para chegarem ao poder?”, questionou.
Carlos Grana, prefeito de Santo André, parabenizou a iniciativa do presidente do SMABC, Rafael Marques, em organizar esta reunião. Em sua opinião, “o momento turbulento que estamos passando necessita de respostas rápidas”.
Grana, assim como o Marinho, analisou a atual conjuntura política e afirmou ser de “fundamental importância” a realização de um ato no ABCD.
“Nós precisamos ter uma atuação eficiente e rápida. Acredito que esta reunião foi convocada de forma providencial e me solidarizo a esta iniciativa de realizarmos uma vigília depois do ato na avenida Paulista. Acho que este evento será um divisor de águas a nosso favor neste processo de impeachment”, falou.
Encaminhamentos
Como encaminhamentos da reunião desta terça-feira, ficou determinado que haverá todo apoio na mobilização que ocorrerá na avenida Paulista no próximo dia 16 (quarta-feira), às 17h. No dia seguinte, acontece uma vigília com debates políticos no SMABC, a partir das 13h. Por fim, um último encaminhamento a ser feito: o manifesto contra o golpe e pela democracia denominado ‘Carta do ABC’ deverá ser redigido após esses dois atos.
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